segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pensamentos

Encontra na reacção dos outros às tuas palavras, o caminho a seguir para alcançar a perfeição.

A vida é uma lição

A vida é uma lição.

Despertei de um sonho inquieto;
Sonhava com uma viagem de saudade,
De rumo traçado e abundante afecto,
Deixava para trás um gesto de bondade.

Sonhando com a promessa de um tecto,
E carregando em si uma só verdade,
Em esforçados trabalhos veio o alento,
Para deixar o gélido frio em dignidade,

Sonhava então, com esse desejado momento,
De regresso, sacrifício, amor e humildade,
Tudo isso reunido num só sentimento,
Trouxe a nós a singular felicidade,
Que nos marcou além do firmamento,
E nessa celestial vontade,
A devida homenagem e monumento:

A vida é uma lição:
Nascer para viver,
Partir para sobreviver,
Voltar para amar,
Morrer para ensinar.

Nada dura, mas ainda aqui estamos…


sábado, 8 de junho de 2013

Epílogo

Epílogo

Triste e pesada madrugada,
De vaga insana e atravessada,
És fruto da poente marejada,
Que bate em força na amurada.

Epílogo de mais uma calada?
Sim! Por ventura! Talvez...
Destino de pescador ou poeta?
Destino de quem busca na pesca,
Lá do fundo as palavras que escreve.

Amparado o olhar no quatro minguante,
Observo como ascende aos céus,
E lá do alto essa marejada que pinta,
De vermelho clareado a curva subtil,
Que decifra o devir do levante.

Esse vento lá de baixo,
Suestada... Para os de cima,
Fole das colunas de Hércules,
Forte e impetuoso sopras,
Abençoas a sapiência no sotavento.

Lua, és Mãe!
Do alto olhas os teus filhos,
Sentir, rir e chorar...
Não podes! Pois serás sempre mãe,
Muito depois das outras mãe findarem.

Olhas por nós e estás presente,
Nessa madrugada fizeste mais que isso...
Lá do alto, sentiste um abalo,
O fim próximo de um filho pródigo do saber,
Faz-te chorar e rasgar em luz o céu.

Todos existimos mas poucos perduramos.
Nessa lágrima estava uma vida,
Que na sua derradeira hora brilhou,
Lembrando-nos do nada, nada resulta,
Pois, todos nós somos feitos de algo...
jcs




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

João Carlos Santos - Pescador

Pescador

Ali navega a tábua,
Que corta a vaga,
Onde navega o homem,
Que fere o Mar.

Que faz, esquece e foge,
Que tira mas não mete,
O Mar não sente,
Nunca sentiu.

Não tem tempo,
Deixa-o ao homem,
Que tira do fundo,
Em dor, o que é do Mar.

O Mar não sente,
Não tem tempo,
Sinta o homem,
Que pesca a sua dor. 

jcs

domingo, 6 de janeiro de 2013

A condição máxima da resignação humana

Aquele que aceita o destino como condição máxima da resignação humana desiste da promessa que encerra. Desiste do sonho de mudar o Mundo, fazer a diferença e não ser esquecido... De facto, todos existimos mas poucos perduramos, tudo por culpa desse espectante, contemplativo e maleitoso destino